No dia 23 de Setembro de 2015, a Secretária da Educação do Estado de São Paulo anunciou por meio da mídia o projeto de “reorganização” da rede de ensino do Estado de São Paulo sem ao menos consultar os mais interessados nesse nefasto projeto, as/os estudantes, as professoras e professores e também os pais e responsáveis.
A reorganização dos ciclos visa, na verdade, eliminar 2 milhões de vagas nas salas de aula de todo o Estado, incluindo até mesmo o fechamento de escolas inteiras. Segundo o governo, tais vagas estariam “ociosas”, mas quando olhamos para as salas de aulas com 40 alunos empinhocados, vemos que a realidada é outra.
Assistimos nos últimos anos o fechamento de salas do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e também do ensino regular, principalmente no período noturno. Em doses homeopáticas o governo já vinha diminuindo o numero de salas de aulas. Mas com a reorganização, Alckimin fechará 94 escolas em todo Estado, além de acabar com o Ensino Médio noturno e muitos cursos de EJA em várias escola. Essas medidas afetarão principalmente as periferias. Nunca na historia de nenhum governo paulista se fechou tantas escolas de uma só vez!
A Faculdade de Educação da UNICAMP afirma que “segundo o Censo Escolar MEC/INEP de 2013, a rede estadual de São Paulo mantinha 5.585 escolas; agora, segundo os números divulgados pelo governo estadual, serão 1.443 escolas de ciclo único; 3.186 escolas com dois ciclos; e 479 escolas com três ciclos. Portanto, serão 5.108 escolas mantidas pela rede estadual paulista, eliminando 2 milhões de vagas, sem alterar o módulo absurdo de estudantes por sala de aula, que no Ensino Fundamental chega a 35 alunos por sala, e no ensino médio 40. Sem falar na jornada de trabalho excessiva dos professores. O fechamento de centenas de escolas implicará na demissão de professores e funcionários, deslocamento de estudantes, remoções, destruição do patrimônio público, etc.”
O governador Geraldo Alckmin se recusou a debater de forma transparente e democrática essa proposta de reorganização e como a proposta é totalmente antidemocrática, nós a recusamos. Não é novidade nenhuma essa postura autoritária do governador Geraldo Alckmin, é só lembrarmos que este mesmo governo que vem sucateando a educação publica nos últimos anos, é o mesmo governo que deixou o Estado em uma situação de calamidade com a falta de água, e esteve À frente do massacre do Pinheirinho (2012), no qual se sabe de no mínimo 7 mortos, desaparecidos, e muitas agressões físicas e violências sexuais por parte do operativo policial que despejou os moradores do bairro, tudo isso em em nome dos lucros gigantescos da especulação imobiliária.
É diante deste cenário que se configura como um verdadeiro massacre da escola publica que levantamos nossa voz contra a reorganização, por isso nos organizamos e lutamos. E depois de inúmeras tentativas de diálogo, de reuniões, passeatas nas ruas sem sermos escutados, a ocupação aparece como uma ferramenta de ação capaz de barrar a reorganização da rede de ensino do Estado de São Paulo e impedir o fechamento das escolas e milhares de salas de aulas. Lutamos também para manter o Ensino Médio regular e EJA na Escola Estadual Antonio Manuel Alves de Lima.
Por isso ocupamos! Mais ocupações virão!!
Escola Antonio Manoel Alves de Lima
Escola de LUTA.
Ocupada
lutasul2@inventati.org